quarta-feira, 8 de junho de 2011

ANTROPOLOGIA E SOCIOLOGIA GERAL - Tempos de Provas.

QUESTIONÁRIO PARA A PROVA

1) O QUE É SOCIOLOGIA?
Sociologia é a ciência que estuda a sociedade humana e a interação entre os homens. Interessa-se pelo modo como são criadas, mantidas e transformadas as organizações e as instituições que dão forma à estrutura social, pelo efeito que têm sobre o comportamento individual e social, e pelas transformações provocadas pela interação social. 
Seu terreno de investigação é bastante amplo, podendo abranger desde motivos pelos quais as pessoas selecionam seus pares até as relações de poder ou as razões das desigualdades sociais. É, portanto, o ramo do conhecimento que faz das relações humanas seu objeto, aplicando de modo sistemático a razão e a observação e integrando explicações teóricas e métodos quantitativos e qualitativos de verificação empírica. 
A Sociologia é uma ciência relativamente nova em relação a outras ciências sociais, como a Economia, a Ciência Política, a Antropologia e a Psicologia. Embora tenha suas origens na filosofia política e social dos filósofos gregos, (Platão, Aristóteles) como campo definido de conhecimento a Sociologia surge com o nascimento da sociedade moderna, no século XIX. O termo Sociologia foi cunhado por Augusto Comte que esperava unificar nessa ciência todos os estudos sobre o homem, incluindo História, Psicologia e Economia. 
A criação e o desenvolvimento da Sociologia como ciência está associada principalmente aos nomes de Auguste Comte,  Aléxis de Tocqueville,  Herbert Spencer,  Émile Durkheim,  Karl Marx,  Max Weber e Talcott Parsons.

2) IDENTIFIQUE OS PROCESSOS SOCIAIS BÁSICOS DE INTERAÇÃO.
A. Cooperação: ações conjuntas exemplificadas pela divisão social do trabalho.
B. Competição: disputa por bens e vantagens limitadas. A Regulação é a saída pra evitar conflito. Competição consciente, rivalidade e conflito.
C. Conflito: periódico e intermitente devido ao grau de tensão social que envolve os indivíduos. Pode tambem aliviar tensões internas. Ex.. Litígio, duelo, sabotagem, revolução, guerra.
D. Acomodação: redução de situações de conflito sem que haja mudança de sentimentos ou atitudes. O conflito fica controlado por coerção, tolerância, compromisso ou acordo, conciliação.
E. Assimilação: processo profundo e durável de alteração dos modos de pensar e agir que garante solução permanente para conflitos. Grupos diferentes se tornam semelhantes. Ex. Aculturação, conversão.

3) EXPLICITE OS PRINCIPAIS AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO.
A. Família: primeira exposição. Reproduzem para os filhos(as) os valores, normas e costumes por meio de transmissão cultural.
B. Pequenos grupos “panelinhas”: estabelecimento de relações estreitas de solidariedade e  compromisso grupal. Maçonaria, grupos de auto-ajuda.
C. Escola: contato com burocracias, regras coletivas, meritocracia. Relações informais – da família- são substituídas por formais – impessoais.
D. Grupos de status: variam ao longo do ciclo de vida. Primeiro definido pelo sexo, depois pela idade, depois por renda, consumo, comportamentos prevalentes em grupos ocupacionais. Na fase adulta o indivíduo aprende gestos, gosto por leituras, linguajar próprio, consumo específico e assim por diante.
E. Grupos de referência: símbolos e modelos de comportamento. Beatles, artistas de televisão, jogadores de futebol, políticos influentes, etc.

4) DIFERENCIE SOCIEDADE POLÍTICA DE SOCIEDADE CIVIL.
A sociedade política são os aparelhos e estruturas  do Estado, sua organização política, que desempenham funções institucionais de dominação. A sociedade política é um conceito mais amplo que Estado e mais restrito que sociedade. Ele se refere ao conjunto de instituições burocráticas e administrativas do Estado, se refere aos cidadãos que participam dessa determinada organização política, dos valores dessa mesma organização e da forma como as decisões políticas são tomadas, mas também as consequências sociais de uma determinada ação política, o modo das relações sociais na esfera política, a relação da esfera política com outras esferas da vida social. 
A sociedade civil é formada pelo conjunto dos organismos comumente chamados privados e que exercem certa hegemonia, principalmente ideológica, em seu meio social

5) COMO EVOLUIU, EM LINHAS GERAIS, A NOÇÃO DE SOCIEDADE CIVIL?
Maquiavel estabeleceu uma das primeiras importantes distinções entre sociedade e Estado. Para ele a "sociedade civil" seria o oposto do indivíduo isolado, ou, mais especificamente, a condição do homem que vive numa cidade.
 Kant desenvolveu o conceito de Sociedade Civil como uma sociedade estabelecida com base no direito, na ordem e segurança, ou seja, independente do estado de natureza (caracterizada pela guerra potencialmente permanente de todos contra todos).
Modernamente sociedade civil refere-se à arena de ações coletivas voluntárias em torno de interesses, propósitos e valores. Suas formas institucionais são distintas daquelas do estado, família e mercado, embora na prática, as fronteiras entre estado, sociedade civil, família e mercado sejam frequentemente complexas, indistintas e negociadas. 
Exemplos de atores da sociedade civil organizada: instituições de caridade, organizações não-governamentais de desenvolvimento, grupos comunitários, organizações femininas, organizações religiosas, associações profissionais, sindicatos, grupos de auto-ajuda, movimentos sociais, associações comerciais, coalizões e grupos ativistas. 
6) QUE CRÍTICAS PODEM SER FEITAS AO MODELO DE CIDADÃO DA MODERNIDADE?
O cidadão racional dos movimentos revolucionários da modernidade, no século dezenove principalmente, propunha uma organização da sociedade de forma a diminuir as desigualdades sociais que se acentuaram com o desenvolvimento do capitalismo, que criou condições de vida desumanas para grande parte das pessoas. Porém os efeitos nocivos da racionalidade começaram a aparecer (por exemplo, o regime instalado na União Soviética começos a demonstrar seu aspecto autoritário). Mas a racionalidade chegou ao seu ápice de desumanidade e crueldade no nazismo, um regime com uma intensa organização burocrática que pretendia realizar um sistemático extermínio de etnias e de formas de vida que eram considerados inferiores pela ciência e dispendiosas para o Estado Alemão. As virtudes da razão eram exaltadas, tudo era planejado em termos de custos e benefícios. Desprezavam-se a moral e os valores individuais, pois estes seriam aspectos da irracionalidade e não eram úteis ao tipo de sociedade que se pretendia implantar. A racionalidade perpassava todos os discursos do século XX e criava muitas mazelas para a Humanidade.
Os últimos anos da década de sessenta do século XX foram marcantes no que diz respeito às críticas a esse modelo de racionalidade. Houve, nessa época, diversos movimentos de contestação, que emergiram em todos os continentes. As novas formas de perceber o mundo já não se adequavam mais aos modelos de pensar e agir, então existentes. A crítica à modernidade, de forma geral, baseou- se, a partir daí, em uma crítica contra a sua necessidade de controle rígido da natureza, este controle que fazia pensar no poder do Homem em garantir a prevenção de eventuais acasos e garantir a sua felicidade. A História mostrava que essa concepção de ser humano, de cidadão e de mundo não era realizável, pois não havia conduzido à paz social: ao contrário, trouxera crises, conflitos, guerras, ameaças do apocalipse nuclear, produzindo a sensação de proximidade com o extermínio da Humanidade. O modelo de sociedade da modernidade mostrava indícios de esgotamento. A felicidade, segundo os padrões modernos, passou a ser considerada um projeto irrealizável.
O paradigma moderno e universal de pensar o mundo e nele agir, de controlar e planejar a sociedade, começou a passar por um sério desgaste. Novos movimentos libertários estavam surgindo, contra os que levavam a organização racional e científica às últimas consequências. Desenvolveu-se, neste momento, um descrédito em relação a essas maneiras de organização como um meio de intromissão, por meio de um discurso autorizado e autoritário, na vida das pessoas.
7) COMO ENCONTRAR SOLUÇÕES PARA AS INJUSTIÇAS DA VIDA SOCIAL EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO?
Na busca por alternativas que solucionem as injustiças sociais, deve-se criar um outro modelo de sociedade que questione toda essa organização econômica e social que atende aos interesses de uma minoria, de forma que a globalização seja transformada em um espaço para que as trocas culturais  ocorram de forma justa e igualitária. Para isso, condições básicas de cidadania devem ser asseguradas, democratizados os recursos essenciais à manutenção de uma vida digna (direito à saúde, educação, alimentação, moradia, emprego, lazer, etc.), criando-se políticas públicas que interfiram no processo de “mercadorização” dos meios necessários à sobrevivência.. Isso quer dizer: não deixar que tais recursos só estejam ao alcance de quem pode pagá-los; e que sejam garantidos publicamente, para todos, como possibilidade para que se promovam melhorias sociais. A organização imposta pelos países que constituem a hegemonia do atual processo de globalização, tende a privatizar esses recursos e serviços. Com a implantação destas medidas de ampliação de políticas públicas, procura-se reverter o constante declínio da organização republicana do Estado. O republicanismo é sinônimo de coisa pública, pertencente a todos, de que todos, de maneira igualitária, podemos e devemos fazer parte.
Atualmente, predomina o critério de capacidade de consumo para identificar o cidadão. Essa visão empobrecedora, desmobilizadora e despolitizadora, reduz o significado de Cidadania. e compromete, assim, o seu significado multidimensional e o espírito público do cidadão, possuidor de direitos e deveres. A luta pelos Direitos Humanos, garantidos para todos e para que todo cidadão seja educado em uma Cultura de Direitos Humanos, reinventa a Cidadania, forma pessoas ativas e participantes nos rumos da sociedade de que fazem parte.
8) FALE EM LINHAS GERAIS SOBRE A PÓS-MODERNIDADE.
A Pós-Modernidade é a fase histórica correspondente a uma determinada forma de organização econômica e cultural, que produz um avanço no mercado consumidor. Em linhas mais críticas, essa exaltação da fragmentação e da diversidade sociais não dá respostas satisfatórias às pretensões éticas e políticas compromissadas com o fim das injustiças sociais, pois, de uma forma sutil, continua a existir uma regulação social pelo consumo. Aquele que não tem capacidade de consumo, é excluído e destinado a viver em bairros habitados por uma imensa parcela segregada.. A regulação social promovida pela pós-modernidade exclui os que não têm dinheiro do direito à cidadania. O estímulo às diferenças, que é promovida hoje em dia, possui interesses comerciais.
Já para autores como Bauman, a pós-modernidade, conceito filosófico, social e psicológico, é marcada por uma série de desafios. Sua raiz é o despertar do sono dogmático da modernidade e sua crença na razão instrumental e na vida administrada. As utopias modernas jazem sob os escombros do projeto iluminista. Este cenário pode nos fornecer um diagnóstico das inúmeras faces de nossa sociedade paralisada pelo medo.

9) DE ACORDO COM UMA CÉLEBRE PASSAGEM DE KARL MARX, “TUDO QUE É SÓLIDO DESMANCHA NO AR”. EXPLIQUE, À LUZ DAS IDÉIAS DE BAUMAN.
Como já apontavam Marx e Engels no Manifesto do Partido Comunista (1988), o capitalismo tem como uma de suas características principais "derreter", "dissolver", tudo aquilo que é sólido, transformando o novo em caduco antes mesmo que este possa se estabelecer. Bauman corrobora essa afirmativa com sua noção de "modernidade líquida", que apoiada em uma lógica burguesa-capitalista, impõe um ritmo frenético a vida de todos nós, impelindo-nos cotidianamente em busca do novo, daquilo que é mutável, em suma da transformação. O autor utiliza de forma sábia o adjetivo "líquida" para se referir à modernidade, justamente porque a considera um momento onde a volatilidade predomina em detrimento da solidez. Desse modo, conforme afirma o autor, essa estrutura capitalista deixa de ficar restrita especificamente à esfera econômica para se expandir para outras esferas da vida social e individual, como a forma como estabelecemos atualmente nossos relacionamentos interpessoais.
De acordo com Bauman o modo capitalista e seu crescente apelo consumista se reflete na maneira como nos relacionamos uns com os outros, isto é, nos relacionamos com nós mesmos e com o outro de forma superficial, frágil, instantânea e descartável. Posto isso, se relacionar assume o mesmo sentido que consumir, de modo que não estabelecemos relações, mas sim consumimos "objetos" para nossa satisfação imediata. O outro é visto agora como um objeto que pode ser utilizado e descartado a qualquer momento e nesse sentido, torna-se mais interessante colecionar objetos, do que estabelecer uma relação estável e duradoura. Por isso entram em voga outras formas de relacionamento como o "ficar" e até mesmo os intercursos relacionais possibilitados pelas tecnologias digitais, como redes sociais virtuais, namoro e até mesmo o sexo virtual, por exemplo, que ganham cada vez mais adeptos conforme a expansão da internet.. A modernidade que, conforme já dito, impõe um ritmo acelerado ao nosso cotidiano e nos expõe a um sem-número de mudanças e informações, nos impede de estabelecer relações que exijam de nós uma doação maior e mais profunda, ficando apenas no nível do imediato. Assim sendo, Bauman nos coloca a pensar sobre o tipo de sociedade em que estamos vivendo e sobre o tipo de homem que a mesma está produzindo: uma sociedade volátil e frágil que constrói homens igualmente frágeis e voláteis, incapazes de estabelecer vínculos reais e duradouros. Conforme aponta o autor, o homem moderno é um homem desprovido de vínculos.

10) PARA BAUMAN, COMO SE DÁ A PASSAGEM DA MODERNIDADE SÓLIDA PARA A LÍQUIDA?
Bauman explora a passagem do que considera uma “modernidade sólida” para a “líquida”. Segundo o sociólogo Norbert Elias, a modernidade atual é muito mais leve e dinâmica e, entendendo a transição e o que isso significa, é possível atuar no mundo contemporâneo. 
Propondo como tema uma nova visão sobre a modernidade, voltada à fluidez das relações, no individualismo pregando o dinamismo, Zygmunt Bauman norteia seu “Modernidade líquida”, expressão síntese desta nova idéia.
O autor inicia seu estudo discutindo a idéia de liquidez e fluidez. Por se tratar de um conceito voltado à mudança de formas para acomodação nos mais diversos encaixes, é inevitável a analogia à nossa atual e imediatista sociedade pois “assim, para eles [nossos conviventes], o que conta é o tempo, mais do que o espaço que lhes toca ocupar; espaço que, afinal, preenchem apenas ‘por um momento’. Desta forma, Bauman afirma que sólido é aquilo que para outros pensadores, como Weber e Marx, soa como algo retrógrado, ultrapassado, rígido, duradouro e previsível em suas formas e possibilidades, em muitos de seus aspectos (econômico, social, político etc.).
A "modernidade líquida" tal qual a proposta, refere-se ao momento histórico contemporâneo, que foi se desenvolvendo gradativamente desde a eclosão do capitalismo industrial e vem se intensificando nos dias de hoje, conforme o avanço do capitalismo.

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