Ainda era noite quando um aparato de guerra começou a ser posicionado no meio da rua para o início da ocupação do Morro da Mangueira. Setecentos e cinquenta homens das polícias militar, civil e federal, além de fuzileiros navais, participaram da operação. Faixas espalhadas pela comunidade mostram o principal desejo dos moradores: paz.
Depois vieram os soldados, que vasculharam com cuidado becos e vielas. Dentro da favela, várias marcas de décadas de domínio dos traficantes, como carcaças de carro e sacos de areia que eram usados pelos bandidos como barricada. No local onde havia um dos maiores pontos de venda de drogas, os traficantes chegaram a construir muros para atacar a polícia. Já nas casas, dezenas de marcas de tiros de fuzil. Várias barreiras foram destruídas.
A operação deste domingo (19) foi rápida. Não houve resistência, nenhum tiro foi disparado. Quarenta minutos depois da chegada, o sinal de que os soldados da haviam dominado todo o morro foi dado com uma fumaça azul.
"Hoje foi devolvido um território a aproximadamente 20 mil pessoas. Sem disparar um tiro, sem ferir ninguém. Esta é, indiscutivelmente, uma vitória", afirmou Beltrame.
Os moradores já acreditam em dias melhores. "Tem que entrar polícia e outros serviços básicos", disse um morador.
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